E depois?

A essas alturas, na véspera da eleição, até o petista mais lesado já entendeu que a vitória de Bolsonaro significa cadeia definitiva para o chefão, volta de José Dirceu ao lar e uma visitinha ao xilindró de mais N cumpanhêros, dentre eles quem sabe o próprio candidato do pt. Mais tapetes petistas levantados e, portanto, mais sujeira. Futuramente significará um STF mais moralizado.

Isso parece coisa lógica, mas o que vejo de gente que ainda apoia a candidatura dos que quebraram o país, seja pelo motivo que for, é assustador. Mesmo não acreditando em pesquisas que apontam cerca de 40% que preferem o partido que destruiu o país, mesmo que esse número seja menor, digamos 30%, isso causa espanto simplesmente por existir.

Voltando: significa também o início do desmanche das relações do Brasil com as ditaduras mais imundas e com todos os grupos islâmicos, como Hezbollah, Hamas e Estado Islâmico. Essas relações restariam restritas ao partido, não mais ao país – e nos envergonhando. Também a retomada de boas relações com o mundo civilizado, como Israel e Estados Unidos, a retomada da boa tradição diplomática brasileira (e o sossego do Barão do Rio Branco em sua sepultura) e o estancamento do ralo imenso de verba brasileira para pagar a conta da quebradeira de países sob governos do Foro de São Paulo. E, consequentemente, a aceleração da queda desses regimes. Anotem aí mais alguns inimigos.

Além, é claro, de desemprego e ameaça de trabalho (para eles isso é semelhante a tortura) para boa parte da legião de apaniguados espalhados pelo país em todas as instituições públicas.

Significa o início do fim da bandalheira no sistema de ensino, de alto a baixo, o fim da sexualização de crianças e da depredação de universidades. Veremos “estudantes” protestando como de costume: quebrando, pixando e vandalizando; nada de novo, mas para horror dessa gente, veremos renascer, mesmo que bem devagar, a alta cultura, a apreciação do belo, o resgate de valores. Trabalho de gerações, claro.

E, com um pouco de sorte, significa ainda o enfraquecimento dos movimentos vermelhos dentro da Igreja Católica. Aquele pessoal gente fina que incentiva invasões e ministra a Eucaristia a comunistas, num teatrinho de missa negra.

Lei Rouanet? Ameaçadíssima. “Artistas” espernearão, farão shows contra o “golpe” em número cada vez menor porque sem verbas públicas alguém terá que pagar a conta, e colocar a mão no bolso, isso esses paladinos da democracia não fazem. Caetanos, Fernandas, Chicos e o Projaquistão em geral provavelmente se sentirão órfãos: já preparei pacotes de lenços para a choradeira. “Artistas” de menor renome, incluindo algumas travecas, farão performances com direito à maior gama possível de objetos, de preferência sagrados, introduzidos em seus orifícios fiofóicos, gritarão contra a imaginária censura, sob aplausos da imprensa engajadinha, essa também assustada.

Falando em imprensa, a Red Goebbels, a GoebbelsNews, a Foice de S. Paulo et caterva provavelmente manterão três dias de luto e alguns militantes tentarão se matar. Jorge Pontual certamente vai chorar.

As amarras nas mãos das polícias provavelmente serão soltas em poucos meses e a bandidolatria vai espernear pelos seus bons meninos que são apenas vítimas da sociedade, mas que eles não levam para casa. Não estranharei se a Maria do Rosário cortar os pulsos. Movimentos de minorias serão acionados, a barulheira subirá a 1000 decibéis e rios de lágrimas correrão. Não imagino o que todo esse povo fará quando perceber que gays, negros e índios não serão fuzilados nem gordos serão impedidos de visitar o MacDonald’s.

O melhor de tudo será a diminuição da irritante correção política. Rezo para que na comunicação oficial do novo governo isso seja zerado.

Em suma, seria o fim da boquinha para uma legião enorme, que foi colocada lá (nas repartições públicas, no sistema de ensino, na cultura, na Igreja) ao longo dos anos justamente para este momento, que é óbvio que eles próprios sabiam que chegaria.

Bem, parece que o disfarce de “porta-voz” do povo não cola mais. E já tentaram de tudo. E, portanto, perdendo o disfarce, parece bem claro o porquê de terem perdido o domínio das mobilizações de massas, e não bastando essa perda, ainda verem esse fenômeno ser transferido para o outro lado. Eles também sabem que Bolsonaro é, sim, um fenômeno popular.

Mas e depois?

Portanto, dado o caráter da campanha petista, é óbvio que pelo menos tentarão uma fraude gigantesca, monumental, e como essa gente só respeita o que teme, é bom colocar as barbas de molho. Caso percam mesmo, definitivamente, caso o discurso furado do pior prefeito da história de SP, aquele que foi escorraçado em sua tentativa de reeleição, aquele que é tão sem caráter que aceita se submeter às ordens de um presidiário, aquele que promete os mesmos milagres que seu partido vem prometendo desde sua primeira campanha e que nunca cumpre, seja comprovadamente rejeitado pelas urnas, o país vai atravessar o período de caos mais miserável, com a oposição mais irresponsável, com todas as forças possíveis fazendo de tudo para atrapalhar, e com o discurso já pronto para culpar ao novo governo pelo que eles próprios provocaram.

Provocarão todo tipo de atraso; desde o operário jogando um parafuso em uma máquina até barrar quaisquer projetos que venham do lado do governo, veremos de tudo.

Da segurança do novo presidente e de sua família nem é necessário falar – se até eu sei que é claro que isso vai despertar o ódio dos democráticos movimentos sociais, acho que a Polícia Federal e o próprio candidato também sabem.

Vista a natureza da campanha petista, o festival de mentiras, a baixeza, a torpeza, não se deve estranhar nada. Os próximos seis meses – no mínimo – serão tenebrosos, mas a isso o país pode sobreviver e depois começar sua reconstrução. Não poderá sobreviver a mais um mandato petista.

Que o brasil aprenda com seu próprio passado.

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As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Márcio Scansani

Márcio Scansani

Nasceu em Santo André/SP, em 1960. É formado em Propaganda & Marketing pela Universidade Metodista de São Bernardo do Campo/SP, foi publicitário comercial por formação e é editor de livros por opção. Passou por Editora Globo, jornal O Estado de S. Paulo, revista IstoÉ, RBS – Rede Brasil Sul, Diário Popular e Gazeta Mercantil, antes de se dedicar aos livros, paixão de toda a vida. Depois de mudar os rumos de sua carreira, já como revisor, preparador de textos e editor, participou de mais de 100 livros. Atualmente é editor da Armada.

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