Durante décadas — e com muito maior intensidade no decurso dos últimos 20 anos — o brasileiro tem vivenciado a expansão de um verdadeiro simulacro de fascismo no país, onde a voz, a liberdade e a representatividade populares foram constante, consistente e paulatinamente subtraídas ao povo, de maneira sutil e velada, por intermédio de partidos políticos fantoches, de um sindicalismo ilegítimo e confiscatório, da perpetuação de castas e privilégios no setor público, de uma mídia aliciada e subrepticiamente ativista, de uma sobretributação e hiperregulamentação paralisantes, da imbecilização de mentes infanto-juvenis nas escolas, da corrupção da academia, da abolição da lógica e da supressão do contraditório do debate público (sob pena de humilhação e assassinato de reputações), da imposição de uma antinatural agenda LGBT goela abaixo da sociedade, do ataque inclemente à moral, valores e cultura cristã vigentes, da imposição da ideia de uma falsa divisão racial a uma população predominantemente parda, da cooptação de artistas e escritores a soldo, da banalização da arte, da estupidificação da música, da estigmatização da alta cultura, enfim; pelo sequestro da essência da alma de uma população majoritária, propositadamente mantida cativa e inerme nas infames masmorras do analfabetismo funcional.
O que salta aos olhos como um fenômeno digno de nota é que grande parte dessa população — de atitude notoriamente passiva durante todo o transcorrer deste sórdido processo — decidiu subitamente soerguer-se e, talvez pela primeira vez em sua história, fazer valer sua voz de forma autônoma e independente — livre dos cabrestos e amarras de quaisquer das pseudo-instituições prevalentes — dando início assim àquilo que o emérito filósofo Olavo de Carvalho mui propriamente denomina Revolução Brasileira; não uma revolução como sua infausta congênere francesa (que visava à completa disrupção de costumes e valores, com vistas a uma total reordenação da sociedade, à luz das utópicas abstrações de ilustres ideólogos iluministas), mas sim tal qual a incruenta revolução gloriosa anglicana (que sem derramar uma mísera gota de sangue, transferiu amplos poderes políticos — por séculos de usufruto exclusivo de suas transcendentes nobrezas dinásticas — aos legítimos representantes do povo).
A Revolução Brasileira consiste pois, por sua vez, numa rebelião de cunho notadamente pacífico, que teve seu início com as passeatas de 2013, que atingiu seu ápice com a eleição de Jair Bolsonaro e que, para nosso maior júbilo, continua neste presente momento em seu lento, porém consistente curso; um processo que visa, em última instância, fazer valer a letra do redentor artigo 1º de nossa desditosa Constituição, o qual solenemente proclama que “TODO O PODER EMANA DO POVO”.
Apesar da gigantesca e multifacetada barreira ideológico-institucional-cultural erguida pelo progressismo militante durante as últimas décadas, à revelia dos mais íntimos desejos e aspirações populares, há motivos concretos para estarmos cautelosamente otimistas quanto à perspectiva de que a efetiva consecução dos reais anseios do povo brasileiro nos conduzam a um radiante futuro de paz, liberdade e prosperidade, como jamais experimentado por esta nação no transcurso de sua história.
Viva, portanto, a Revolução Brasileira!