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3 princípios conservadores que você defende mesmo sem saber

O conservador geralmente se furta de categorizações; como já explicado várias vezes aqui no Burke Instituto Conservador, o pensamento conservador está entre os extremos: progressistas e reacionários. E como naturais opositores de ideologias que somos, não nos interessa nenhuma cartilha definidora ou modelo filosófico pré-definido.

Justamente por sermos a paradoxal simbiose entre valores perenes e pragmatismos urgentes, não cabe a ninguém definir o pensamento conservador de maneira final, nós nos fazemos na indefinição da providência e na realidade do agora. No entanto, o conservadorismo também não é nenhuma seita ultrassecreta, ou um segredo metafísico inexplorável. Temos claros filetes de condução que unem todos os conservadores numa coerência; conquanto também somos livres para discordâncias e debates num território além dos valores gerais em comum.

Com o intuito de explicar introdutoriamente o que é o conservadorismo, e mostrar que os princípios gerais desse pensamento acabam perpassando, uma hora ou outra, a todos nós; o Burke Instituto separou 3 características do pensamento conservador para tirarmos a prova. E ai, será que você é um conservador?

Valores inegociáveis – Nós conservadores não nos furtamos em afirmar categoricamente que possuímos valores inegociáveis, questões das quais não abrimos mão porque são basilares e essenciais. Princípios esses que não servem para barganhas políticas, econômicas ou de qualquer outra espécie. Valores como a defesa da vida desde a concepção, liberdades individuais (pensamento, expressão, propriedade, culto e ir-e-vir), o direito natural à autodefesa. Tais são alguns exemplos desses valores que não estão à venda por nós conservadores; você concorda?

São valores de uma ligação natural entre a nossa percepção racional e as leis naturais de Deus (ou Universo, Natureza, como queiram); através dessa percepção surgem os Direitos Naturais — também podemos denominar tal percepção de “inclinação moral” ou simplesmente “moralidade”.

Temos conceitos morais que atravessam o campo da historicidade, culturalidade e pragamaticidade, atingindo a esfera metafísica e ontológica de cada indivíduo. Acreditamos que há uma percepção moral que atravessa universalmente a todos nós — como afirmou Adam Smith em Teoria dos sentimentos morais — fazendo com que cada um de nós, a despeito de deficiências diversas, respondamos a um código moral comum.

Você também tem princípios, valores e moralidades inegociáveis?

Ceticismo temperado – Os conservadores são céticos na medida em que o ceticismo se refere à crença de que homens são capazes de levar uma sociedade à perfeição — ou próxima dela. O conservador sabe que o homem carrega em si a marca da queda — da falha —; caso seja um ateu ou agnóstico, não tem problema, você consegue perceber tal falibilidade humana no mero observar atento da história.

Toda vez que o homem se propôs a construir uma sociedade perfeita, essa mesma sociedade ruiu e, não raro, se tornou lar de enormes carnificinas; em exemplos mais corriqueiros e próximos, temos o nazismo, fascismo e comunismo.

Desta maneira, e por esse mesmo motivo, o conservador desconfia de populistas, ideólogos e salvadores sociais; rechaçamos cartilhas que dizem ter a solução contra o mal do homem, da política e de quaisquer coisas mais. Sabemos que o homem é falho e incapaz de oferecer soluções finais para problemas de caráter metafísico e político; restando a ele, então, apenas o lidar com o fato, tendo a prudência como guia seguro.

E aí, concorda com esse princípio conservador? Você já viu algum empreendimento humano perfeito, à prova de falhas?

Democracia dos mortos – G. K. Chesterton popularizou esse termo em sua obra Ortodoxia, a fim de exprimir a sua ideia de sociedade e democracia; ou seja, uma democracia onde o passado, o presente e o futuro estivessem interligados, sendo que nenhum desses tempos fossem preteridos ou preferidos em relação aos outros. Edmund Burke — considerado o pai do conservadorismo político — além do próprio brasileiro João Camilo de Oliveira Torres, concordam sobre tal princípio conservador numa sociedade sadiamente democrática.

A ideia é fazer com que idealizações passadas (reacionarismo), imobilismos conformados (estatismo) e progressismos radicais (utopias), não prosperassem numa mentalidade política sadia. Os conservadores entendem que para uma sociedade funcionar com harmonia, devemos antes temperar nossas escolhas com a sabedoria do passado, as condições apresentadas pelo presente, em vista de um futuro melhor e próspero; todavia, sem jamais quebrar elo de sustentação, o equilíbrio gerado por esse tripé: passado, presente e futuro. A sociedade deve ouvir tanto os mortos quanto os nascituros, dizem os conservadores.

Como podemos perceber com este tripé identitário dos conservadores, tais princípios não são escabrosos e impossíveis de se defender; tais valores, ainda que introdutórios — o pensamento conservador é infinitamente mais profundo e instigante — dão certo panorama das bases que fundamentam as nossas defesas e delineiam as nossas posições.

O conservador é assim, um homem prudente, que não vê o mundo em caixinhas pré-determinadas por ideologias, intelectuais ou partidos; mas que valoriza seus princípios, defende seus valores e moralidades sem abrir mão de coisas que não estão à venda. O paradoxo da modernidade é o próprio pensamento conservador, que entre extremistas e ideólogos, preferiu ficar com a realidade, com a crueza do que é factual e verdadeiro. Geralmente o conservador está atento àquilo que a dona de casa tem a dizer, e não ao que os philosophes tem a doutrinar.

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