O legado de Paulo Setúbal

Paulo Setúbal, um gênio desconhecido, demonstra o quão importante e indispensável é o exame de consciência antes de publicar uma obra. Quantos livros encontramos hoje em dia, circulando no mercado mundo a fora, que não valem nada, absolutamente nada? Muitos milhares de milhares.

 Paulo Setúbal é um exemplo de um grande escritor, pois sua preocupação é escrever “para aqueles que ainda têm fibras enternecidas no coração”. Não importa o tamanho da biblioteca que a pessoa tem. Se a biblioteca não tem bons livros, de nada adianta. Não vai servir pra nada.

O mesmo acontece com muitos escritores do nosso tempo que escrevem muito, mas seus livros são vazios, sem conteúdo. Não dizem nada com nada. Um exemplo de autor vivo e que escreve maravilhosamente bem, é Olavo de Carvalho. Sua obra vai, sem sombras de dúvidas, atravessar gerações. Mas não quero falar do filósofo Olavo nesse texto, mas sim de Paulo Setúbal.

Paulo Setúbal em suas Confissões descreve detalhadamente como aconteceu com seu primeiro livro, e o drama da tentativa de publicação. Tentativa, pois o livro, ao invés de ir para a editora, foi para o fogo.

Escreve Setúbal em seu Confiteor, capítulo II: “Não publico este livro. Absolutamente não publico. Este livro é, tão-somente, um livro de paixões más e desgrenhadas. Um livro ruim. Não tem nenhuma elevação moral. Não edifica a ninguém. É livro que um escritor, sendo católico, não tem o direito de lançar a público. Não, não publico este livro”.

O escritor não se referia ao livro em questão, Confiteor; mas a outro romance de nome ‘O filho’, que acabou indo parar no fogo – a pedido da filha – e, um punhadozinho das cinzas guardado para lembranças futuras. Por que ele queimou as 300 páginas do romance? Pela simples razão de que as páginas escritas não continham DEUS. Assim ele escreveu ao padre, através de uma carta, mostrando como estava contente com o feito.

Ao se referir à existência de Paulo Setúbal e seu legado, Leonel Franca descreve-o nas seguintes palavras: “Não; Paulo Setúbal não passou pela existência em vão. Assinalado pela mão oculta e misericordiosa de Cristo, ele deixou-nos o seu testemunho que não perece”. Isso nos mostra tamanha envergadura desse escritor que, em suas monumentais obras, não desperdiçou papel com escritos pueris, idiotas e sem sentidos.

Setúbal foi contra as correntes modernistas dos que se denominavam ‘católicos’, mas eram só de nome. Ele nos mostra que, para ser um escritor não basta papel e lápis ou caneta, mas o que realmente importa é ter Deus no coração e, tendo Deus no coração, possa escrever e fazer com que o escrito toque na alma do leitor. Esta é a finalidade do escritor.

Foi exatamente isso que os Santos fizeram. Seus escritos guiaram os Cristãos através dos tempos, mostrando o Caminho a ser seguido. Atualmente, dependendo do livro que se lê, acaba-se por se perder ainda mais. Paulo Setúbal certamente terá sua recompensa de Deus, pois dessa obra que, em vida não foi publicada, os leitores muito tem a agradecer por tão linda confissão, exemplo de humildade e de grande escritor Católico.

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