O Otimismo

Aos nossos ouvidos a palavra otimismo soa bem, como algo bom. Ao se referir a uma pessoa otimista, por exemplo, queremos dizer que ela é esperançosa, confiante em algo bom, ou melhor.

Ao ler o livro ‘Cândido ou O otimismo’ de Voltaire, vários questionamentos vieram à minha mente. A história nesse livro apresentada se passa com o protagonista Cândido, um jovem extremamente otimista com o mundo, e que no final de qualquer coisa ruim, acredita que algo bom vai restar. Ao ser expulso de seu castelo, por ser pego aos beijos com a jovem Conegunda, Cândido é separado de sua amada. Sua vida após esse acontecimento, se da em viagens por todo o mundo em busca do amor da sua vida, Conegunda. Nessas viagens, porém, acontecem várias tragédias, mortes, guerras, e em todas essas tragédias Cândido ‘perde’ amigos queridos – que no final da história, ele os encontra. Todas essas perdas o deixam triste, mas não desanimado, pois é muito otimista em tudo, sobretudo nos acontecimentos ruins.

Resumindo bem a história, ao final de tudo, Cândido encontra sua amada, muito feia, magra, sofrida pela amargura da vida e o tempo em que passou em muitos países. Cândido ao encontrá-la fica visivelmente abatido por não encontrá-la tão bem quanto imaginava, mas ainda gosta desse ‘final feliz’, acredita ele, que vivemos no melhor dos mundos possíveis.

Ao terminar de ler esse livro minhas dúvidas aumentaram, em relação ao otimismo. Alguns dias depois, me deparei com o livro Ortodoxia de G. K. Chesterton – presente de um grande amigo-, e encontrei a tão esperada resposta.

O otimismo – segundo Chesterton- é em nossa época algo que nos desencoraja e falso, sobretudo, pois tenta sempre provar que nós nos encaixamos no mundo – assim como aconteceu com Cândido. Mas otimismo não é isso, antes ele, pra ser verdadeiro, tem de ser primeiramente Cristão; esse por sua vez nos mostra que, de fato, nós não nos encaixamos no mundo. Podemos, contudo amar esse mundo, porém não precisamos ser mundanos, conclui Chesterton.

Esse mundo pode nos iludir e persuadir com suas infinitas propostas de bem estar, levando-nos a perdição, pois o este, juntamente com o diabo e a carne, é um dos três inimigos da alma. Livrar-nos desse inimigo, nós não vamos, mas o cristão ao menos não se apega a ele, e com isso aumenta seu bom otimismo, acreditando que há um mundo melhor aonde queremos todos chegar, que é o Céu.

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