A Indução ao Absurdo

Algumas idéias são tão absurdas que a mera sugestão delas como recurso estratégico já denuncia a sua descredibilidade. Elas são lançadas no debate público não como propostas racionais que humildemente se submetem às considerações verdadeiras, mas apenas para desviar e corromper a percepção mais ou menos saudável de quem esteja tentando olhar a situação com sinceridade, funcionando como um anestésico e fazendo com que um observador honesto passe a considerar como verdadeiras e prováveis idéias que nem mesmo o proponente embusteiro leva a sério.

Quando, reconhecendo a crise econômica em que o país se encontra, o Partido Socialismo e Liberdade sugere como solução reparadora exatamente as medidas que terminariam por atolar o país na lama, não é que ele acredite realmente nas propostas que oferece. Ele apenas lança mão, com ares de naturalidade, de um argumento absurdo para corromper o pouco de sanidade mental que ainda resta na cabeça da gente brasileira que há tantos anos vem sendo submetida às idéias mais estúpidas da classe falante deste país. É o mesmo método embusteiro de que o partido faz uso no próprio nome, onde sugere uma conciliação pacífica entre conceitos profundamente antagônicos.

Qualquer pessoa normal sabe como que por instinto que o Estado não possui nada em si que não tenha sido tirado de seus cidadãos antes, de tal forma que usá-lo como recurso estratégico para consertar a si mesmo traria apenas o dano gástrico que afeta o estômago quando, faltando o alimento de onde retirar o sustento, ele passa a se auto-corroer, provocando úlcera. Até mesmo uma mente esquerdista, apesar da propensão psicótica, pode perceber a inviabilidade disso. Pelo menos os comunistas mais monstruosos perceberam. Se nestes, cuja mentalidade psicótica alcançou os níveis mais elevados, a corrupção mental não afetou a percepção da relevância de um mercado mais ou menos saudável, então suponho que a inteligência dos integrantes do PSOL também podem atinar com essa obviedade. Então, não: eles não acreditam no que propuseram.

Quando um partido lança mão de um argumento embusteiro desses, reagir-lhe com o choque de escândalo que ele evoca já é se deixar corromper pela tática do adversário, e responder-lhe com a intensidade e seriedade de possibilidades reais já é ajudar a falsear as percepções, atribuindo, tragicomicamente, à proposta a credibilidade que nem mesmo o partido lhe deu.

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