Mulheres no estádio

Política e futebol não se discute – Militância da bola

Política e futebol não se discute? O Brasil é o país do futebol, muitos afirmam isso com orgulho e outros com pesar, porém é inegável que o brasileiro, em sua maioria, ame o futebol. Reza a lenda que o esporte foi criado pelos ingleses e logo se espalhou pelo mundo, outra lenda diz que foram os chineses que inventaram o futebol e os ingleses só aperfeiçoaram. Para os amantes do esporte pouco importa se foram os ingleses, chineses ou deuses da bola, quem gosta de futebol, gosta de jogar, ver o jogo, vibrar, gritar, comemorar e sofrer; o futebol proporciona todas essas coisas.

Mas o que política tem a ver com futebol? A princípio parece que essas duas coisas não se misturam, só que olhando mais de perto vemos que essas duas coisas misturam-se muito. Primeiro, política envolve todas as pessoas, gostar ou não gostar de política não isenta ninguém de participar dela. Política é viver em sociedade, e desfrutar de todos os benefícios e malefícios que o viver em uma sociedade proporciona. Segundo, uma sociedade é composta por vários tipos de pessoas, umas com gostos mais populares e outros com gostos mais particulares; o futebol é um gosto popular onde pessoas de vários lugares, diversos pensamentos, hábitos e crenças diferentes, encontram algo em comum.

Desta maneira, a princípio parece que essas duas coisas não se misturam mesmo, só que olhando mais de perto vemos que essas duas coisas misturam-se, e muito. Primeiro, o futebol é um esporte, e como todo esporte pode ensinar lições preciosas para a vida, mostrando que nem sempre ganhar é possível, que vencer não está acima de tudo, que disciplina é fundamental para alcançar objetivos, que perder faz parte do jogo e da vida, que derrotas podem apontar para falhas que necessitam de correção. Segundo, futebol é entretenimento, alegria, brincadeira, e não há nada de errado com isso, é muito bom poder se alegrar e se divertir junto a outras pessoas, uma sociedade saudável desfruta de bons relacionamentos.

Por que então o mundo da bola está tão chato? Para responder essa perguntar quero recordar a vocês sobre o que foi dito no segundo parágrafo desse texto:

uma sociedade é composta por vários tipos de pessoas, umas com gostos mais populares e outros com gostos mais particulares, o futebol é um gosto popular onde pessoas de vários lugares, diversos pensamentos, hábitos e crenças diferentes, encontram algo em comum.

Falando de futebol não há nenhum problema em diversos pensamentos, hábitos e crenças, no futebol todos são iguais, ninguém é beneficiado por ser negro, branco, cristão ou ateu, rico ou pobre; no futebol o que importa é cumprir com as regras do jogo.

Infelizmente, nos últimos dias o futebol vem sendo politizado, isso tem acabado com o esporte que o brasileiro tanto gosta. A mídia esportiva levou para o futebol as bandeiras progressistas, defendidas por minorias militantes associadas a ideologias de partidos políticos à esquerda; jornalistas como Juca Kfouri e programas esportivos como ESPN, Globo Esporte, Lance, etc., vêm trazendo o politicamente correto para dentro do futebol. Claro que isso que não é de hoje, mas acentuou-se nos últimos anos, onde cada vez mais o brasileiro se interessa por política.

O país que produziu Pelé, Garrincha, Tostão, Ademir da Guia, Rivelino, Sócrates, Zico, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Neymar e tanto craques que não se pode listar aqui, na última semana recebeu uma notícia inusitada: Jefferson, ex-goleiro do Botafogo, disse em uma entrevista a ESPN[1], que não foi convocado para seleção sub-20 em 2003, porque era negro. Isso soa muito estranho aos ouvidos do bom senso futebolístico, afinal, o Rei do futebol é brasileiro e negro! Outra coisa que deve ser ressaltada é que no programa o goleiro não diz o nome de quem o barrou na seleção brasileira, sendo assim, é impossível afirmar que houve racismo; se ele foi barrado por ser negro, acredito que todo amante de futebol, do bom senso e justiça, deseja ver o criminoso pagar pelos seus crimes. Porém, se não se pode provar que realmente houve o crime, rebaixamos o jornalismo futebolístico à revista de fofoca, onde fulano diz para ciclano que beltrano fala dele; não há nomes e nem pessoas, mas no fim tudo é uma verdade incontestável. Essa entrevista foi replicada por vários jornais esportivos, nenhum deles estavam preocupados em descobrir se realmente aconteceu o ato racista, e se aconteceu, expô-lo a todos para que os órgãos competentes punissem o criminoso. A única preocupação foi fomentar as suas ideologias políticas através da notícia.

O Brasil é o país do futebol e também da política, cada um em seu espaço, se continuarem a levar ideias progressistas para dentro do esporte, querendo dividir torcedores e atletas por classes, iremos destruir o que há de mais belo no esporte – a vida. O amante do futebol quer assistir, jogar, vibrar com seu time, brincar com os amigos, discutir se foi pênalti ou não, quem é melhor Messi ou Cristiano Ronaldo, não quer saber se fulano é negro, branco, cristão ou ateu. O futebol tá ficando chato, infelizmente! Hoje o que mais se repercute nos programas de futebol não tem a ver com o próprio esporte; a cor do jogador ou a piscina construída no estádio do Corinthians[2], tornaram-se discursos políticos na boca de jornalistas, mostrando a falta de profissionalismo da classe. Afinal, jornalistas esportivos que deveriam estar falando sobre gols, lances e torcidas, estão disseminando suas crenças ideológicas e bandeiras políticas.

 

Referências:

[1] Link da fala do goleiro em entrevista a ESPN: http://www.espn.com.br/video/clipe/_/id/5286919

 

[2] Para o jornalista Mauro César Pereira, piscina em estádio do Corinthians é mais um exemplo de como são as diferenças sociais no Brasil:  http://www.espn.com.br/video/clip/_/id/5294707

 

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As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Wesley Felipe

Wesley Felipe

Wesley Felipe dos Santos, é um dos fundadores do Burke Instituto Conservador. Casado com Larissa Marazzio, atualmente. É bacharel em teologia pelo Cetevap(Centro Estudos Teológicos Vale Paraíba) e covalidado pela Faterj, coordenador de cursos do Ministério Ler, e membro do Templo Batista Bíblico de São José dos Campos – SP.

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