A verdade que Convém

A verdade que convém

Eles irão escrever livros contando suas experiências juvenis na guerrilha contra a ditadura, mas quando lhes convêm, eles irão negar tudo e dizer que nunca pegaram em armas.

Eles pedirão indenizações pela tortura do governo militar, mas em qualquer momento eles mudarão a versão e dirão que eram apenas estudantes.

Eles divulgarão pesquisas sem comprovações para provar que é enorme o número de pessoas que acreditam na terra plana e na “mamadeira de piroca”, farão isso para justificar que o povo só elegeu um presidente conservador porque “emburreceu”!

Farão o mesmo criando ataques nazistas para explicar que perderam para os conservadores.

Usarão rádios, jornais e TVs para convencer que só quem é inteligente são os estudantes das federais, os desempregados dependentes de bolsa família, os artistas, os engajados aos coletivos, os funcionários públicos e a elite intelectual que eles veneram.

A burrice fica reservada aos pais, aos policiais, aos diretores, aos professores, aos empresários, aos empreendedores, aos trabalhadores comuns, aos agricultores e aos que acreditam em Deus.

Eles irão exigir posicionamentos morais e pedirão respeito enquanto eles acusam e debocham do peso, da cor, da crença e da sexualidade dos oponentes, mas a maldade estará sempre no grupo divergente.

Eles irão questionar até que ponto foi justo prender corruptos se as empresas envolvidas foram prejudicadas e até que ponto vale a pena combater o tráfico se a droga faz girar milhões no país.

Eles atacarão juízes, promotores e policiais, enquanto defendem o desencarceramento de presidiários; irão pedir para que entendamos os erros de seus representantes e nos lembrarão que cometeram vários acertos também; nos farão acreditar que não precisava mudar tão radicalmente, bastava fazer uma autocrítica e tudo ficaria bem.

E eles dirão que tudo isso não é uma questão política, é por preocupação com o povo.

Eles preferiram batizar de “Resistência” o ato de impedir o desenvolvimento do país, só porque os nomes de teimosia e alternância de poder, soa menos catedrático.

Farão tudo isso para não dar o braço a torcer de que do outro lado também há pessoas inteligentes, “taí” uma coisa que os feriu mortalmente – tiraram deles o monopólio da comunicação, hoje qualquer um é protagonista de si mesmo e publica sua opinião e seu conhecimento, eles jamais perdoarão o fato de serem rebaixados a cidadão comum.

Onde se imaginava a população contestar a fala de um famoso que aparece na TV?

Era algo inimaginável até alguns meses atrás.

Eles contavam com nossa eterna subserviência e idolatria; eles sabiam que não seriam criticados porque são “pessoas do bem” que ajudavam a nos entreter em frente a TV e embalaram com suas vozes vários dos nossos melhores momentos. Eles podiam até errar que nem repararíamos, aliás, eles sempre têm licença poética para errar.

Parece que em algum momento alguém assinou um decreto onde o “oprimido” ganhou a licença para oprimir, mentir, roubar, traficar e matar, eu só não sei que documento é esse…

Gostou desse artigo? Apoie o trabalho do Burke Instituto Conservador virando um assinante da nossa plataforma de cursos online.

As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Raquel Brugnera

Raquel Brugnera

Escritora e articulista política, pedagoga, pós-graduando em Estratégia Política e Marketing Eleitoral.

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no email
Email

Comentários

Relacionados