O que importa é quem fala

A esquerda perde campo na política, mas fortifica seus tentáculos nas instituições.

Escolas, Universidades, Organizações, Bancos, Estatais, Hospitais e salas de audiências, de todas as instâncias, apresentam o melhor significado de “resistência” que podemos encontrar.

“Resistir” se transformou em não obedecer, não acatar, muito menos colaborar, mesmo que as novas decisões não sejam tão ruins quanto diziam que iria ser. Pouco importa a realidade, se num universo de resistência estamos todos encantados pelo nazismo e os militares pisam em gays a fim de limparem as solas de seus coturnos, lustrados com suor de mulheres oprimidas.

Há anos que neste país não importa o que se fala, e sim, QUEM FALA.

Hoje, mais do que nunca, pode se usar termos absurdos para adjetivar uma pessoa, desde que o agressor seja alguém ungido pela aguardente de Lula, que lhes dá o direito de disparar qualquer bobagem “em nome do grupo de oprimidos que representam”. Mas taí um assunto que eu só quis pincelar mesmo, porque se tem uma coisa que não me faz gastar dois minutos de digitação é o debate sobre os termos que podemos ou não usar. Imaginem uma escritora com este tipo de limitação em dizer o que pensa, seria o quê? No máximo um tradutor de textos. Não é o meu caso…

Tanto sou uma amante da liberdade que consigo até aceitar as consequências que ela nos traz. Ninguém é livre de graça. Pensar diferente do bando é considerada alta traição e falta de bom senso, mas para mim e para milhões de amantes da liberdade, é apenas usufruir do direito de analisar as questões morais longe das amarras do gênero e das raças.

Eu, humano, eu, alma, eu, energia, eu, um cérebro cinzento, que assistiu alguns capítulos da história humana e se colocou num dos lados da trincheira. Alguma coisa me fez escolher o lado de cá, mas isso não me impede de entender o que levou tanta gente para o outro lado.

Pena que pouco ouço as vozes deles, eles apenas repetem gestos e palavras de ordem, se comunicam por hashtags e insistem em falar todos juntos e em nome de todo mundo; até de mim, que nem estou com eles! Além das frases de impacto o resto é silêncio e se você fechar os olhos diante da multidão raivosa, você consegue escutar os barulhos das correntes que os prendem.

A nova escravidão é a subserviência que os movimentos negros (e suas cabeças partidarizadas) exigem dos negros no Brasil… Ai do “negro fujão” que resolver pensar sozinho… Ai do negro que enriqueceu se ser com o esporte e com as artes.

O mesmo serve para gays e para nós, mulheres, que acham as pautas dos respectivos movimentos, uma tremenda propaganda política que nos coloca sempre no lugar das rechaçadas que precisam dos gritos de alguém, para nos fazer ouvir e respeitar. Algo neste papel de boneco do ventríloquo me incomodou e eu me afastei do bando. Se estivéssemos nos séculos passados, eu seria com certeza aquela bruxa que estaria sendo caçada para ser queimada viva e servir como exemplo de “non sense”.

A minha gratidão só aumenta às feministas antigas que enfrentaram a repressão do sistema que as faziam peças de um mesmo tabuleiro, todas iguais e graças ao desejo delas de não seguir o bando, hoje podemos trabalhar e estudar; pena que tudo o que fizeram foi reduzido a num pacotão de marketing eleitoral…

E em nome delas, das antigas feministas, que perseguiram o título de “capazes” ao invés de “injustiçadas”, concluo com um poema da feminista e Edna St, Vincent Millay:

“A minha vela queima dos dois lados, ela não vai durar a noite inteira, mas oh meus amigos, ah meus inimigos, que bela luz ela dá.”

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Raquel Brugnera

Raquel Brugnera

Escritora e articulista política, pedagoga, pós-graduando em Estratégia Política e Marketing Eleitoral.

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