Fonte: http://www.wiltonlima.com.br/2018/10/bolsonaro-x-haddad-amados-e-muito.html

Entre extremistas e hipócritas

Extremistas sempre existiram e sempre existirão. Infelizmente, após o advento da ideologia na Revolução Francesa, aquilo que comumente relegávamos à fé, isto é: a crença total, irrevogável e dogmática num corpo de doutrinas transcendentes, por conta do secularismo iluminista passamos a depositar tal fé religiosa nas teorias políticas. Sendo assim, não é exclusividade da direita ou da esquerda, agregar entre seus seguidores aqueles acéfalos que fazem de uma posição política a sua religião oficial; pensando assim estarem justificados para o asco, somente porque suas vítimas são opositores de suas ideias. Repito, não é exclusividade de nenhum lado ideológico tal postura.

No entanto, é óbvio que, num país composto por um estabilishment esquerdista, a tentativa de apregoar tal alcunha de extremista recairá sobre o representante político do atual “conservadorismo” brasileiro, Jair Bolsonaro — como se todos os atos feitos por seus adeptos fossem de responsabilidade do candidato. A mídia tenta veladamente atribuir os atos criminosos de simpatizantes de Bolsonaro, ao próprio Jair Messias Bolsonaro, como se a loucura alheia fosse de responsabilidade dele. Um ato deliberadamente tolo de uma mídia desesperada.

A desculpa perfeita:

Se mantermos as mesmas condições de temperatura e pressão, Bolsonaro está fadado a ser o próximo presidente da República Federativa do Brasil, essa é uma realidade que até muitos ferrenhos opositores do capitão reformado já admitem; a questão é que, somente um pandemônio, ou acusações gravíssimas poderiam levar à mudança de votos daqueles que já são eleitores do candidato conservador.

Nesse raciocínio, arrogar ataques de cunhos políticos, assimilando tais crimes ao fascismo e ao nazismo, para depois conectar tais termos ao Bolsonaro, são atos totalmente previsíveis para aqueles que trabalham no meio político e entendem como funcionam as mentes de muitos dos ideólogos e militantes. A velha paródia demoníaca atribuída a Lênin: “acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”, aqui cabe como uma luva; não importa nesse instante se a frase é ou não de Lênin — é bem provável que não seja —, mas ainda assim ela traduz com fidelidade a mentalidade esquerdista nesse instante político do Brasil.

 

Há ataques e “ataques”:

Forjarão muitos ataques, outros de fato ocorrerão, afinal, para quem ainda não se deu conta, estamos num mundo falho e asqueroso, onde pessoas são facilmente coagidas por ideias, grupos e pressupostos bizarros, sendo assim, eu realmente creio que houveram e ainda haverão ataques de tais naturezas. Mas nem de perto sou o tolo que acreditará em tudo que irá aparecer com símbolos da suástica ou como textões facebookianos; o momento — olhando pelos olhos petistas — necessita de ataques “nazistas” e “fascistas” que justifiquem uma reviravolta política. Desta forma, cada acusação deve ser tratada com extrema prudência e cuidado, não com histerias e carnavais. O comunismo sempre precisou de inimigos fortes a fim de justificar suas tiranias; sempre houveram sabotadores, nazistas, conservadores e Yankees a combater em nome de um progresso fantasmagórico que nunca foi tornado carne.

Não me estranha a narrativa da mídia tentando relacionar Bolsonaro aos ataques — ou supostos ataques — de extremistas; só quero compreender o porquê do silêncio quando tais ataques ocorrem em espectros políticos à esquerda; geralmente denominados tão somente de “ataques isolados”. Quando Carlos Alberto Bettoni foi agredido em frente ao Instituto Lula, e por causa da agressão foi lançado no meio da via pública, tendo sua cabeça atingida pelo para-choque de um caminhão, o Estado de São Paulo tratou o caso como “incidente”; mesmo com vídeos mostrando claramente as agressões que levaram Carlos a ter traumatismo craniano grave.

 

Dois pesos e duas medidas:

Quando Mauro Iasi, professor universitário e membro do Partido Comunista brasileiro, disse em um congresso que um bom comunista “oferece uma boa cova aos conservadores”, não se ouviu nenhum ressoar midiático ou notas dos “democráticos”; quando a Deputada Federal Benedita da Silva disse que iria ser preciso “derramar sangue” e que os petistas irão à luta “não importa com quais armas”, aí não foi discurso de ódio; quando Dirceu disse ao jornal El País que “é questão de tempo para tomar o poder”, à revelia das eleições e do sistema democrático, aí não soa antidemocrático para os pacifistas guardiões da democracia à esquerda.

A questão é que a população já percebeu essa lógica torta, essa tendência em favorecer certos discursos em detrimento de outros extremamente análogos. A descrença e a queda vertiginosa da credibilidade jornalística no país, percebida nas urnas no último dia 7, após a mídia ter assumido sem receio a bandeira “anti-Bolsonaro”, é algo que se dá quando dois pesos e duas medidas são usados para julgar casos praticamente iguais. Quando a Fake News de um grupo é denunciada e a do outro é ignorada; chega a ser questão de raciocínio lógico duvidar de certas informações que pululam nesses meios; é o imediato efeito colateral daqueles que se auto-elegem deuses da verdade.


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Extremistas sempre hão de existir, deixe-me atualizar vocês sobre essa verdade política que há tanto tempo macula nossas vidas públicas. Não quero passar um ar de normalidade em atos criminosos, muito menos justificar delitos que, sem nenhuma ressalva, devem ser combatidos e os criminosos severamente punidos dentro das leis vigentes. Mas o que realmente me assusta é a parcialidade midiática que deveria ser sinônimo de liberdade e não de escravagismo ideológico, que por vezes troca a democracia e o trato profissional, por palanques e camisas partidárias; não me causa espanto, nem me faz erguer as sobrancelhas, as agressões em nome de políticas e políticos. Ora, somos filhos orgulhosos de uma revolução que decapitava em praça pública: padres, freiras, velhos e crianças; nada mudou desde então, a diferença é que agora as mídias estão lá para filmar e, por vezes, até montam as guilhotinas para o espetáculo. O extremismo político é cria do progressismo acéfalo. Assim como a célula cancerígena busca se multiplicar sem nenhum pudor, criando tumores cada vez maiores; o progressismo, em sua sede cancerígena, busca tomar o poder político à revelia do que a realidade tem a ponderar.

 

O pacifismo hipócrita:

Os revolucionários “assumem, em um dia, as prerrogativas mais violentas e abusivas e, no seguinte, as mais extremadas ideias democráticas de liberdade, passando de um extremo ao outro sem nenhum tipo de consideração a causas, pessoas ou partidos” (BURKE, 2014, p. 84).

Edmund Burke bem identificou, em 1790, o espírito do progressismo: os militantes alternam entre sustos e condenações públicas de atos violentos e desumanos, e a perpetração de atos extremos com as próprias mãos, atos esses que no momento anterior condenaram com veemência; talvez os mesmos que hoje compartilham e gritam enfurecidos contra os ataques dos supostos bolsonaristas (com razão, diga-se de passagem), são os mesmos que noutro momento aplaudiram Mauro Iasi, que acharam sensacional a postura de Benedita da Silva e concordaram silenciosamente com Dirceu.

Por favor, parem com essa hipocrisia torpe, com esse circo basbaque. Prendam e condenem cada agressor covarde que surgir no horizonte, mas não posem de coitados; debaixo das unhas de muitos desses chorosos comunistas ainda há sangue seco.

 

Referências:

BURKE, Edmund. Reflexões sobre a revolução na França. São Paulo: Edipro, 2014

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As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Pedro Henrique Alves

Pedro Henrique Alves

Filósofo, colunista do Instituto Liberal, colaborador do Jornal Gazeta do Povo, ensaísta e editor chefe do acervo de artigos do Burke Instituto Conservador.

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