Imagem: Reprodução

O desaparecido

Mais do que patética, a figura de Fernando Haddad é trágica.

Desde sua formação marxista puro-sangue, sua carreira, marcada por uma administração atrapalhada, incompetente e de firme propósito desconstrucionista (embora nesse particular, que atendia aos interesses do partido, eficientíssima e competentíssima) frente ao ministério da Educação, foi de seguimento fiel à ideologia que escolheu, aquela que preconiza a mentira, a trapaça e a maledicência como modus operandi em função da revolução de padrão gramscista, a redenção da cumpanherada. Não do povo que dizem representar.

Como poste do então ex-presidente ainda apenas acusado de dezenas de crimes, à frente da prefeitura da maior e mais importante cidade do país, fez a administração mais assombrosamente ruim que se tem notícia, cercado dos piores elementos da política e das páginas policiais e ficou conhecido apenas pelas ciclovias mais caras da galáxia, pelos ridículos limites de velocidade – aliás, por ter elegido o automóvel como inimigo preferencial e por ter apoiado todas as piores iniciativas, de esdrúxulas a imorais, desde que, de alguma maneira, representassem alguma divisão na sociedade; ou seja, a velha e bolorenta luta de classes em edição capenga. Na tentativa de reeleição, rechaçado veementemente pela população paulistana, não teve a humildade de aprender nada – ele não está no partido para isso, afinal.

Novamente escolhido para ser o poste do já presidiário ex-presidente para candidatar-se em seu lugar à presidência da República, não teve pudor de submeter-se às suas ordens e fez uma campanha inimaginavelmente imunda, terrorista, mentirosa e, pior, recheada de tiros nos pés, ainda sem aprender nada – isso parece ser uma marca de sua pessoa. Começando por não perceber que já não eram tantos a aprovar a própria figura de lula.

Seu programa de governo, caso fosse eleito, ainda que seja adepto da Escola de Frankfurt, seria a reedição da Rússia de 1917, aplicado pelo método “indolor” de Gramsci, um gigantesco e trágico experimento social.

Finda a campanha, ele reaparece apenas para pedir dinheiro para cobrir os gastos de sua campanha milionária e fracassada – ainda sem qualquer vestígio de vergonha. Custa a crer que o partido que vinha planejando sua permanência por tempo indeterminado no poder tenha cometido tantos erros. Ocorre que o pt realmente não entendeu o que estava acontecendo, o novo momento histórico que o país vivia, acomodado que estava às facilidades de quem tem a chave do cofre e não deve satisfações a ninguém, mesmo tanto tempo depois de afastado dessa condição.

Haddad nunca abriu mão de suas convicções ideológicas, muito menos dos métodos que elas utilizam. Ele tornou-se, além de tudo, por seu próprio comportamento arrogante, o símbolo de uma agremiação que, incapaz de fazer seu mea culpa, ainda se apega aos clichês que construíram o partido, como se todos já não tivessem sido defenestrados, ainda não tendo, portanto, percebido que foi atropelado. Lembra muito o Cavaleiro Negro do Monty Phyton, sem humor e despido da genialidade do grupo inglês[1], ainda que todos saibamos que em breve ele reaparecerá com outra narrativa.

A conclusão, entre triste e óbvia, é que Fernando Haddad, um sujeito sem carisma, sem independência e sem personalidade, foi o melhor candidato que o pt pôde arrumar, já que os quadros mais bem colocados dentro do partido, mais espertos e mais matreiros, estavam presos ou investigados. E não que ele seja lá essas coisas, posto que responde por 32 processos por improbidade administrativa, dentre outros motivos. Não estranharei se ele reaparecer como secretário ou “aspone” de alguma inutilidade em um dos poucos governos que restaram ao partido mais pernicioso da história nacional, como o canto do cisne às avessas de uma carreira sem glórias próprias.

Fernando Haddad virou carniça. Um fim trágico para alguém tão pretensioso. Que apodreça no limbo dos inúteis profissionais.

Referência:

[1] https://www.youtube.com/watch?v=tfOzIFBfEa0

 

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Márcio Scansani

Márcio Scansani

Nasceu em Santo André/SP, em 1960. É formado em Propaganda & Marketing pela Universidade Metodista de São Bernardo do Campo/SP, foi publicitário comercial por formação e é editor de livros por opção. Passou por Editora Globo, jornal O Estado de S. Paulo, revista IstoÉ, RBS – Rede Brasil Sul, Diário Popular e Gazeta Mercantil, antes de se dedicar aos livros, paixão de toda a vida. Depois de mudar os rumos de sua carreira, já como revisor, preparador de textos e editor, participou de mais de 100 livros. Atualmente é editor da Armada.

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