Foto: Reprodução

O que esconde a campanha: #EleNão

Se formos analisar a hastag: #EleNão, com um olhar cético, podemos facilmente perceber que não se trata de um movimento espontâneo, sendo antes uma militância organizada e ideologicamente consciente de seus fins. Não se esperava menos das classes artísticas, as mesmas que sobrevivem e são alimentadas pelas numerosas tetas estatais. Mas o que devemos antes perceber é aquilo que se oculta por trás de uma suposta espontaneidade social desse protesto; analisemos com acuidade as mantas políticas que sustentam esse discurso.

 

O #EleNão não é nadinha espontâneo:

O #EleNão é, obviamente, uma via alternativa da esquerda para manter seu poderio político no cenário nacional, agindo como propagandista de um movimento que parece sugerir uma luta paralela ao da política eleitoreira, mas no fundo o discurso que sustenta o movimento é o que diz ser Bolsonaro a expressão do mal social em si. O #EleNão substitui a labuta digna, e verdadeiramente democrática, de investigar as fontes primevas por trás das afirmações de cada meio midiático e de formadores de opinião, por jargões, memes, vídeos e campanhas que facilitam essa investigação, encerrando-as, na maioria das vezes, em partidarismo sem nenhum compromisso com a verdade.

Assim como os termos: “fascista”, “machista” e “homofóbico” se tornaram aríetes políticos, uma linguagem vazia de substância factual, servindo mais ao propósito da difamação do que de uma reta caracterização, o #EleNão serve como postulado facilitador e indutivo dos dogmas políticos que arregimenta o viés socialista; convencendo a massa influenciável, sem precisar citar o nome de Haddad — por exemplo —, que ele é melhor que Bolsonaro — “o fascista, machista, homofóbico, nazista”, etc.

 

Por trás do #EleNão há um #EleSim:

Mas ainda há outra questão, o #EleNão carrega como anexo necessário um #EleSim; ou realmente acharam que a campanha era partidariamente despropositada? Sejamos razoáveis.

Assim como supostamente era “espontâneo” os elogios ciberneticamente comprados e direcionados aos candidatos petistas, assim é a espontaneidade dessa nova campanha abraçada pela mídia e classe artística. A pergunta mais visceral não é sobre os porquês do #EleNão, mais quem é o #EleSim oculto nessa campanha. Se temos uma percepção mínima da realidade eleitoral que se desenha, o #EleSim é, obviamente, o Haddad, o mordomo de Lula e segundo colocado nas pesquisas eleitorais.

E aqui começamos a olhar a questão do lado de dentro; o que parecia espontaneidade, não se desenha mais tão espontâneo e despropositado como antes. Seguindo as propostas definidas pelos dois principais candidatos: Haddad e Bolsonaro, vemos nesse último a clara intenção de fazer uma redução brutal no Estado e suas funções, a diminuição rápida dos gastos públicos e dos funcionários “emcabidados”; inclusive, a extinção do Ministério da Cultura em seus moldes atuais — por consequência, o fim da Lei Rouanet —, tudo isso parece ser a ponta de lança de seu projeto de governo.

Haddad, por sua vez, é o candidato da velha política, aquela velha política que funciona através de conluios e acordos gerais entre políticos, empresários, artistas e midiáticos. Para se manter uma base de apoio fiel e servil, é preciso um esquema elevado de financiamentos e injeções monetárias; é esse o método petista consagrado com mensalões e lava-jatos, ou seja: sua alma social por dinheiro estatal. A luta de Lula e seu mordomo é, pois, pelo status quo de manutenção dos eternos financiamentos de grupos de apoios. Sim, é o PT, o pretenso socialismo dos trabalhadores, que luta pela manutenção do enriquecimento de poderosos.

 

Proporções:

Obviamente que nem todos que utilizaram e utilizam tal hastag tinham a intenção primeva de promoção política de Haddad ou de quaisquer ideologias, e, por vezes, nem são socialistas por convicção, mas por conveniência e até mesmo por pressão grupal. Muitos são frutos da última etapa do marketing de massa, isto é: tornaram-se militantes de causas que não conhecem; defendem pautas que sequer sabem do que se trata.

Gustave Le Bon e José Ortega Y Gasset bem definiram esse grupo como “massas politizadas”, isto é, grupos de pessoas que passam a ser guiados por modas, jeitos, maneiras de falar e até de pensar, implantadas meticulosamente em busca de conduzir um populacho rumo a um fim determinado. Tais pessoas servem, sem perceber, às causas desses marqueteiros de causas políticas.

 

O real motivo:

Por que a mídia parou de falar da suposta ameaça de morte de Bolsonaro à sua ex-esposa? Ora, uma “verdade” dessas seria a principal munição jornalística contra o “fascista” conservador, que atrevidamente se arroga à presidência nacional; por que o mutismo? O motivo de a globo ter se silenciado e as demais mídias pararem de veicular a informação “bombástica”, é porque a notícia e as fontes se revelaram (ou eram desde o início) ridículas e sem fundamentos basilares.

A notícia dava conta de que a ex-mulher de Bolsonaro tinha dito ao embaixador brasileiro na Noruega que estava sendo ameaçada pelo, até então, parlamentar; segundo o embaixador a intenção da denúncia era ela conseguir o visto permanente no país; todavia, ela já tinha o visto no país, já morava na Noruega há dois anos de forma regular — disse Ana Cristina Bolsonaro ao Estadão. Ou seja, a premissa que sustenta a conclusão defendida na supracitada reportagem não se confirma — pelo menos não nesse discurso. Vou repetir para ficar claro, a mídia brasileira MENTIU e não fará mea culpa pela maneira porca e desesperada com que aceitou a informação sem checar minimamente a coerência das fontes. Talvez até tenha checado, mas preferiu sustentar a pulha.

O silêncio midiático revela, pois, a podridão fétida, o desespero histérico no qual as grandes mídias se afundaram na busca de achar um “podre” do candidato do PSL, uma história vexatória que reverta o atual quadro de seus votos.

A questão que, por hora, devemos revisitar pelo bem da sensatez analítica das eleições, é a seguinte: por que os poderosos das mídias, a classe artística, intelectuais e afins, estão tão histéricos buscando derrubar o Jair Bolsonaro? Por convicção, preocupação social, ou por que ele é um risco a tudo que sustenta esse castelo de direitos, vantagens e conluios estatais?

O único antissistema que há nessa eleição é o Bolsonaro. E não acredite em mim! A prova quem nos oferece é o próprio sistema que já decidiu que prefere a volta do PT — o partido que destruiu a manta econômica, segurança e educação pública do país — à vitória de Bolsonaro.

Esqueça estas balelas de homofobia, machismo, etc., a questão é que na mão do Bolsonaro o Estado não renderia mais riquezas e acordos à classe artística, ele já prometeu cortar verbas da Globo, diminuir drasticamente o funcionalismo público — como já dito nos capítulos acima. O sistema está em pânico e nem esconde isso mais; não são contra o Bolsonaro por machismos ou afins, mas porque querem a manutenção de direitos eternos e verbas estatais infinitas que a classe alta do Brasil se opõe ao candidato do PSL. Isto é claro!

Não precisa gostar do Bolsonaro para fazer tal leitura; para mim, aliás, ele é muito abaixo do que qualquer estudioso conservador de política arroga como estadista competente, chega a ser decepcionante. Mas basta ter um olhar mais nevrálgico da questão, abandonar a torcida política, as propagandas partidárias, e olhar o fato per se. Em suma, não estou discutindo se devemos ou não votar no Bolsonaro, estou afirmando que o Bolsonaro é o único, que figura com chances reais, com reais intenções de colocar abaixo este castelo político brasileiro, desmembrar esse modus operandi de administração estatal que há tanto vem maculando a ética pública nacional.

 

Conclusão:

Pode parecer forçoso definir que o #EleNão seja uma estratégia socialista de manutenção de poder político, mas se formos analisar o cenário que se levanta na nossa frente e compreendermos a mentalidade política maquiavélica que compõe o cenário geral, não há nada de forçoso, na verdade é até mesmo uma conclusão simples e óbvia.

Se a preocupação artística, midiática e militante fosse com o machismo, racismo, e demais discursos de Bolsonaro; eles também teriam se manifestado quando José de Abreu (petista) cuspiu no rosto de uma mulher; teriam rechaçado quando Ciro Gomes chamou Fernando Holiday de “capitãozinho do mato” relacionando sua posição política à sua cor negra; se o problema fosse homofobia, quando Ciro Gomes chamou Dória de “viado cheio de areia no cu” eles rechaçariam também o Ciro; ou se revoltaria também contra os diversos discursos machistas e homofóbicos de Lula.

A questão é muito mais medular do que o hipócrita “horror aos discursos de ódio”, a questão é que Bolsonaro não parece defender aquilo que agrada certos setores, parece fazer de sua posição antissistema algo popular; e isso é assustador para uma casta que aprendeu que o único modo de vida é através desse sistema que o candidato quer derrubar.

Caso queiram confirmar o que eu digo; aguardem o segundo turno, onde essa massa militante se erguera para defender o candidato daquele partido que afundou o país na maior crise econômica, moral, e social da modernidade. Não precisam acreditar em mim, apenas aguardem…

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As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Pedro Henrique Alves

Pedro Henrique Alves

Filósofo, colunista do Instituto Liberal, colaborador do Jornal Gazeta do Povo, ensaísta e editor chefe do acervo de artigos do Burke Instituto Conservador.

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