A estratégia além das massas

O pobre de pensamento, quando vai comer quer QUANTIDADE!

O Classe Média, quer QUALIDADE.

– E o rico?

Quer IMAGEM! Ele desperta sensações colocando um fio de azeite.

É assim também o pensamento político…

Quem tem um pensamento mais pobre (politicamente falando) têm aquela ilusão que o estado lhe deve tudo, que o governo é o culpado de todos os filhos não planejados que os avós, os pais e eles mesmos tiveram; a casa que perderam na enchente que eles mesmos ajudaram a ocasionar entupindo os bueiros com lixo; a falta de estudo na vida adulta, embora tenham saído da escola no início da juventude porque odiavam os professores e preferiam ficar na praça com os amigos; etc…

A pobreza política te leva crer que um líder do executivo poderia ter mudado a tua própria história de vida, sem que precisasse haver esforço pessoal. Evidente que o estado deve cuidar de sua gente quando ela não dá conta, mas em algum momento o ciclo deve ser quebrado para que haja evolução de uma geração e a libertação de antigos parâmetros como esses, que ensinam o povo a ser dependente de um líder político.

“O pobre político transfere a responsabilidade”.

O pensamento político mediano, viabiliza que o indivíduo se submeta a esforços pessoais e que ele entenda que não devemos colocar nosso destino nas mãos do estado. Porém, ele espera que as pessoas eleitas obedeçam a seus anseios pessoais, mesmo que para isso devam sacrificar os anseios de milhares de outros indivíduos que diferem nas necessidades. Ou seja, “o político eleito que trate de realizar MEUS desejos para que EU não seja cobrado pelo apoio que EU dei, mesmo que isso signifique ter apenas UM MANDATO para realizar seu plano de governo”.

É o desejo pessoal de moralidade em detrimento à realidade coletiva.

“O político mediano transfere a culpa”.

Já o pensamento político mais requintado compreende questões como comparações, alianças, trocas, laboratório, análise de dados, estratégias de ação, costuras, base de apoio, experimentar, recuar, avançar, aguardar cenário, capilaridade, equilíbrio democrático de pensamentos (se houver 5 grupos diferentes na sala, um representante de cada grupo deve, obrigatoriamente, fazer parte da liderança); defesa enfática de sua ideologia, mas sem derrubar todo o país porque seu ciclo passou, ou ainda não chegou. Eles também entendem os ciclos políticos, eles sabem que nenhuma ideologia será extinta, ela pode ser superada por outra mais moderna e eficiente para aquele momento histórico, mas que logo os rejeitados se modernizam e apresentam um plano refinado daquilo que faziam antes.

“O pensamento político enriquecido atrai para si a responsabilidade do que já aconteceu e do que está por vir”.

Não basta ter quantidade e qualidade, deve haver aquele “fio de azeite” que desperta a esperança, a criatividade e o comprometimento de cada um dos cidadãos do país, para desenvolver todos os índices que devem ser avaliados por um governante.

Um governo não se baseia apenas em um índice, uma amostragem, uma pauta. O olhar é muito mais abrangente, por isso ele se divide em ministérios e cada um deles se subdividem em equipes e frentes de trabalho. É complexo, desgastante e muito, muito lento…

Não basta prender todos os corruptos e não ter arrecadação suficiente para sustentar a máquina pública. Não basta trancar e engolir a chave da cela de um mau agente político, apenas para saciar nossa sede de justiça, se o preço a pagar é a paralização de toda a engrenagem enferrujada do sistema.

Possivelmente algum pobre político irá criticar a comparação que fiz de política e um prato de comida, me fazendo lembrar dos famintos, mas isso só reforçará minha teoria de que o quesito “comparação” está na lista do pensamento político enriquecido, não à toa.

Encerro com Max Nunes:

“O Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza – porque a pobreza não aguenta mais ser explorada”.

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Raquel Brugnera

Raquel Brugnera

Escritora e articulista política, pedagoga, pós-graduando em Estratégia Política e Marketing Eleitoral.

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