A verdade é uma só. Mesmo que os sofistas midiáticos de nosso tempo (me refiro a falsos jornalistas, opinadores, especialistas em generalidades, geralmente de esquerda), políticos (falsos representantes) e setores jurídicos omissos e cínicos digam o contrário, ela existe e é absoluta no tempo e no espaço. E ela não tem utilidade e está fora do comércio.
Uma característica que chama a atenção nos sofistas (de qualquer tempo) é a erística. É a capacidade que eles têm de afirmar e refutar ao mesmo tempo fatos contraditórios.
Aristóteles, contrariando os sofistas, afirmou que o ente, o real, tem que ser submetido ao princípio da contradição. Lembrando quem foi Aristóteles, trata-se de um dos maiores filósofos de todos os tempos. Não podemos perder tempo lembrando quem foi o iniciador contemplativo de todo o posterior processo revolucionário nas ciências. Aristóteles é Aristóteles.
E quem eram os sofistas? Eram, nos séculos V e IV a.C., quem usava de argumentos falsos, enganosos, para manipular a verdade, dentro da cultura grega, em benefício próprio e geralmente por motivo pessoal.
Mas um ponto tem que ser lembrado. Aristóteles foi quem deus conceito aos seres naturais (a base de sua filosofia era sobre a natureza). Deu nome, classificou, categorizou o que era de universal que ele tinha achado em cada espécie.
Esta filosofia, certamente, contrariou os sofistas de sua época porque eles só pensavam em fama e a base de suas afirmações era a retórica, o embelezamento do pensamento externado. Não importava, para eles, a verdade. Cada um era um dono relativo da verdade. Eram parceiros na mentira. Aristóteles foi contra isso.
A verdade aristotélica tinha que ser submetida a um crivo do pensamento duplo. Ela só poderia vir de não se poder afirmar e negar algo sobre uma mesma coisa, fato ou objeto. O que se tem depois disso é verdade ou é mentira. Não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo.
O conceito ou as suas categorias, os seus predicamentos, para os entes, os seres, vem desse exercício. É o pensamento do pensamento, esse o método.
Sobre o conceito de justiça, ele não pode ser ao mesmo tempo injustiça.
No direito brasileiro, a justiça vem do processo, do devido processo legal. Vem principalmente depois da coisa julgada, que é o fenômeno de estabilização jurídica, que atesta ter havido definição formal e, às vezes, material ao mesmo tempo. Via de regra, o término de um processo confere justiça. A não ser assim, teríamos intermináveis conflitos de interesses e a sociedade não viveria em paz, olhando para frente.
Esse recado vai para todo o incansável e criminoso trabalho midiático, jurídico e político em cima de um único fato para o qual não se tem dúvida alguma.
O fato é: Lula foi condenado. Ponto. Só não foi morto e crucificado porque os sofistas não deixam.
O que de resto deve vir em consequencia é escolha de cada um nas urnas deste fatídico ano de 2022 (se a eleição efetivamente se realizar, obviamente).