Ao Judiciário revolucionário, um recado do mestre: covardes!

O Poder Judiciário anda bastante esquizofrênico. Quando ele se esquiva do politicamente correto é porque vai para a outra ponta extrema, a da covardia. Vive andando neste perímetro. Não sai dele. Parece que tem tornozeleira eletrônica. 

Pesquisando o Conselho Nacional de Justiça, um órgão administrativo do Poder Judiciário, encontrei um arroubo científico, obra de operários manipulados por uma diabólica mão invisível. Se eles sabem disso, que são fantoches? Acredito que até em uma certa medida. “O meu povo sofre por falta de conhecimento”, disse o mestre. Falta-lhes aquilo que depois da vinda de Cristo revolucionou (no bom sentido) um mundo de curiosos: fé.

A cartilha idealista e pseudocientífica tem o seguinte título: “Julgamento com perspectiva de gênero demonstra amadurecimento do Judiciário, avalia conselheira”. Foi criado um “Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero foi criado com escopo de orientar a magistratura no julgamento de casos concretos, de modo que magistradas e magistrados julguem sob a lente de gênero, avançando na efetivação da igualdade e nas políticas de equidade.”.

O objetivo é, novamente aquilo, trazer mais igualdade. E como o CNJ está fazendo isso? Ora, arrumou um jeito bem fácil, rápido e eficaz, qual seja, acabar com ela, a desigualdade natural, o sexo biológico.

A estratégia é simples. Se homem é homem e mulher e mulher, nasceram assim, então pensemos diferente. Pensemos que ninguém nasce fadado a nada. O homem não nasce fadado a opressor, a mulher não nasce fadada à oprimida. 

É isso que quer dizer gênero. A criatura querendo ser criador, um homo deus.

A inclusão no Judiciário de uma pauta progressista e anticriacionista como essa seria para dar mais visibilidade ou inclusão aos menos favorecidos ou àqueles que se sentem oprimidos, segundo eles mesmos, pela religião cristã. Só que não! Ledo engano. 

Por que tem que ser desta forma, fazendo um nada as verdades biológicas e estabelecimento que por puro ato de vontade (diga-se, revogável) a própria natureza? 

Com que autoridade intelectual e científica escreveram isso no referido protocolo “Da mesma forma, como é comum presentear meninas com bonecas, é comum presentear meninos com carrinhos ou bolas. Nenhum dos dois grupos têm uma inclinação necessária a gostar de bonecas ou carrinhos, mas, culturalmente, criou-se essa ideia – que é tão enraizada que, muitas vezes, pode parecer natural e imutável.”?

É a revolução cultural em curso, vindo para destruir o legado cristão, não para reformar o que existe. Ela não está nem aí para reformas. Quer destruir, passar uma borracha. Daí, digamos, a “rebeldia” conservadora não compreendida e repelida por revolucionários arrogantes e egoístas mais outros menos jacobinos (radicais). Estamos em pandemia, certo? Pandemia ou pandemônio?

Pensando neste falso humanismo, lembramos do humanismo cristão. A “revolução” cristã contrastou os conceitos gregos humanistas, entre os quais a própria nascença, a essência, a finalidade e a posição do homem perante a transcendência. Este insistente homo deus contemporâneo peca por ele mesmo. Em similaridade aos gregos antes de Cristo, nossos cientistas contemporâneos erram ao procurar no homem aquilo que somente em Deus se pode achar. Nas palavras de Charles Moeller, citado na obra dos professores Dario Antiseri e Giovanni Reale, “Grande foi o erro deles (dos gregos), mas é o erro das almas nobres”. Hoje em dia, nossos novos “cientistas” são mais cínicos e pecadores do que os gregos porque, de fato e de verdade, acham que sabem o que fazem e ainda zombam disso.

Duvidam que seja uma revolução? Basta que você escreva como eu ou se manifeste a favor do criacionismo, do cristianismo, suas doutrinas, enfim, e constate o ardor da febre esquerdista nos mais exaltados e delirantes defensores da imprudência e da revolta contra o absoluto, o eterno, o imutável, enfim, o natural. A parte menos radical, a chique, digamos, a politicamente correta, tem o bolso ou as suas próprias vaidades como norte a indicar o próximo arroubo científico. Desta parte gourmet de pensamento néscio vivem juízes, ministros, desembargadores, procuradores, promotores e defensores públicos.

Esta luta (se é que podemos chamar assim) não é pessoal, contra pessoas ou grupos específicos, contra minorias, contra profissionais da justiça. Nada disso.

Os covardes não entrarão no Reino dos Céus. Olhando para si próprios (se é que isso acontece), a essência arrogante cega-lhes o juízo, para quem só interessa um juízo, o Juízo Final. Esta será  a cena: todos de mãos dadas louvando sabe-se lá quem, qual o deus, o fim, o bem redentor. Esquivam de pensar que nesta ciranda do fim do mundo irão muitos que não querem estar ali, por não acreditam nos seus fins, na sua ética evolucionista do novo homem.

Cristo, separando fé de apostasia, veio para separar os que creem dos que não creem. Ou melhor, Jesus veio para dividir o mundo entre covardes e corajosos. Em resumo, sintomática a cristofobia em curso. 

O verbo sagrado não falha: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus, 4:12). 

Se existe preconceito e preconceituosos (como de fato existem), também existe o preconceito do preconceito. Ou seja, o preconceito contra a reação conservadora. O movimento revolucionário vira as costas para o conservadorismo, duvida da motivação conservadora, taxando os prudentes conservadores de rebeldes sem causa, a pedra de tropeço no caminho redentor igualitário idealizado. Sobra para quem? Para o cristianismo, lógico, o Cristo de todos os tempos. 

Uma revolução contra-apocalíptica em curso. Um destino moral, político, religioso, enfim, tudo isso reunido, um totalitarismo contra as vontades individuais numa sociedade que se diz plural, humanitária e democrática, com espaço de convivência entre todos que respeitam o direito e o pensamento alheio. Ou melhor, que respeitam o mundo alheio.

Este é um artigo científico e religioso, como claramente se vê dos seus termos. Mas será que um dia ainda poderemos continuar escrevendo assim? Será que, daqui em diante, sempre precisaremos invocar o artigo 5º da Constituição, que prevê a livre manifestação do pensamento, de consciência e de crença? Ou precisaremos dele para escrevermos sobre fé, filosofia e ciência de nossa escolha, de nossa personalidade?

Em defesa do tal “preconceito” digo que é livre a manifestação de crença, de filosofia, da arte ou de produção científica contra este movimento revolucionário anticristão que, pelo que se vê, entra no Judiciário pela porta da frente e sem pedir licença.

Jacobinos judiciários, não se ofendam! 

Palavras dóceis já não são capazes de expressar uma realidade sombria e avassaladora, anticristã. Por isso, o recurso a expressões que, para o politicamente correto, soam odiosas, abusivas, violentas. Discurso de ódio? Que nada! Façam a comparação entre os valores em jogo. Colocando em pratos de balança, não é difícil perceber a grande disparidade entre o que está sendo alvo de ataques destrutivos e os recursos revolucionários empregados para este fim. A legítima defesa, aqui, tem que ser proporcional, caso contrário não será eficaz.

O medo de perder cargos ou da punição pelo órgão de disciplina interna faz dos agentes políticos do judiciário uns seres politicamente corretos. Ou, quando não politicamente corretos, são comparsas de uma farsa ideológica. Um recado de Jesus: covardes!Em razão de tudo isso, outro recado daquele que venceu a morte, desta vez aos justos e corajosos: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João, 16:33).

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Sergio Renato de Mello

Sergio Renato de Mello

Sergio Renato de Mello, brasileiro, casado, Defensor Público de Santa Catarina, residente em Rio do Sul, Santa Catarina.

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