NACHO DOCE - REUTERS

Senta lá, PT, agora é a nossa vez

No próximo domingo (28/10) iremos novamente às urnas para o segundo round das eleições de 2018. E eis, então, o momento mais importante para a nação desde a proclamação da República Federativa do Brasil. De Deodoro a Temer, nos apoiamos num sistema onde o protagonista da democracia à brasileira sempre foi o Estado e suas engrenagens de paletós. A consequência desse poder, sempre centrado no Leviatã, foi que a corrupção logo passou a não ser só mais um anexo cancerígeno e asqueroso das instituições da nação, mas sim a própria constituição essente dessa pretensa RES-PÚBLICA (coisa-pública).

Onde tudo começou:

Em meados 2013, uma certa revolta sócio-política teve início no Brasil, primeiramente com uma espécie autossabotagem de grupos que, de certa forma, figuravam sob os mesmos princípios políticos da governança que julgavam atacar. Não demorou muito para que os anarcos socialistas, conhecidos como Black Blocs, dessem lugar à própria população que assustadoramente acordou de uma só vez da letargia na qual há tanto tempo fora anulada. E, numa mistura de revolta, patriotismo e despertar de pautas morais, os encastelados se viram cercados em seus fortes; os vassalos foram cobrar satisfações das coisas obtusas que estavam sendo feitas sob as vergonhas dos três poderes; queriam saber claramente o que os governantes estavam fazendo com as esperanças depositadas neles.

Foi algo tão inédito no Brasil, país acostumado a revolver multidões apenas em jogos de futebol, que nem analistas, jornalistas, cientistas políticos e demais setores especializados, sabiam bem explicar como grupos de causas ativistas à direita, e a simples população organizada, conseguiram fazer as maiores manifestações de rua da história brasileira. A esquerda — status quo daquele momento — tentou deslegitimar as manifestações, tentou achar financiamentos de capitalistas malvadões que, segundo a estória, queriam roubar o poder executivo para eles; buscou ainda colar no povo revoltado a pecha de “golpista”. A verdade ácida que corroía o petismo, no entanto, é a que os brasileiros haviam saído às ruas porque queriam efetivamente mudar os rumos da política nacional, queriam estancar a sangria do cancro corruptivo; o povo queria que o socialismo caísse e que o PT fosse junto.

 

Os encastelados contra a parede:

A esquerda estava acuada e assustada, pois, no mesmo instante em que as ruas se enchiam de indivíduos gritando contra o socialismo, o Ministério Público revelava as vergonhas do PT e as de seus anexos corruptos; o maquinário da corrupção estatal estava sendo exposto sem tarjas e meias palavras. Ou seja, os esquemas corruptivos estavam visíveis, não havia mais como esconder a burla petista e as complacências das demais esquerdas que endossavam o governo vermelho. O povo via o câncer a olho nu.

Dilma caiu; o PT foi pego no maior esquema de corrupção da história moderna; políticos e empresários corruptos foram presos como nunca antes; Lula, o maior corrupto que já pisou nesses cantos, está agora mesmo em alguma cela na sede da Polícia Federal de Curitiba; talvez, pela primeira vez na história dessa Terra de Santa Cruz, a página de política nacional passou a ser lida antes do caderno de esporte. O adágio: “o gigante acordou”, fez estremecer muita gente que achou que a burla seria perpétua.

O castelo (sistema), e aqueles que cuidam da sua administração e por ele são beneficiados, se levantaram na busca de resguardar tal complexo de vigaristas que há tempos perdura no país. Esta guerra permanece, desde então, entre aqueles que querem ruir o sistema criminoso que passou a ser a essência das instituições carcomidas do Estado brasileiro, e aqueles que querem manter as suas garantias e rincões de vida boa sob os recursos do dinheiro público.

Mais povo e menos sistema:

Muitos simplesmente não sabem viver e governar de outra maneira, se não através de conluios com marginais de alta estirpe. Mas os gritos dos patriotas se tornaram cada vez mais fortes, as paredes de pedras maciças do castelo vermelho, que antes aparentemente eram indestrutíveis, começaram a descolar e cair… O que vemos nessa eleição é a luta de um povo para entrar no castelo que é seu por direito; e os encastelados, unidos aos seus capangas, tentando a todo custo manter seus hábitos eivados escondidos, afastando a vontade popular, seus costumes, moralidade e anseios, daquilo que os partidos definem ser a verdade última a ser realizada.

Fazer os anseios conservadores do povo serem escutados, uma repaginada nas instituições, além de moralizar o trato político, passou então a ser a obsessão dos indivíduos engajados. Podem discordar de tudo, menos de que a população está unida, fechada em torno de um projeto de país que não aceita mais a velha política, os velhos escambos, e as velhas diretrizes onde o partido é o rei e o povo o seu gado.

A eleição é, em suma, a luta do povo contra o sistema instaurado sobre os embustes dos poderosos; daqueles que de manhã cerram os pulsos e gritam contra o capital estrangeiro, mas a noite vão às mansões dos capitalistas buscar suas mesadas!

 

Bolsonaro e Haddad são as personificações dos “porquês”, e não os próprios porquês:

Para bem entender, então, o que está em jogo, devemos por um momento abstrair os nomes de Haddad e Bolsonaro do cenário, aquilo que está em jogo é mais complexo do que brigas partidárias. Fazendo isso, compreenderemos que a situação não se trata de mero pragmatismo partidário ou ideológico, mera “direita vs esquerda”; se trata antes de uma luta sistêmica entre aqueles que querem manter intacto o sistema corrupto de outrora, e aqueles que querem mudar radicalmente a direção do país, afastando a política do estabilishment por hora firmado.

Não somos os utópicos que irão crer que a corrupção irá acabar pelo simples fato da mudança de norte, para nós a corrupção é inerente à constituição humana; mas fato é que do PT nós já tivemos a experiência de 13 anos, conhecemos seu modus operandi, suas convicções, suas imoralidades, seus métodos baseados no “vale tudo por poder”.

A luta é clara, não há desfoques, se trata daqueles que estão com o sistema e aqueles que querem passar a limpo esse mesmo sistema; sem sensacionalismos, e sem medo de estar ultrapassando o nível do razoável, devemos dizer: o segundo turno é entre o Brasil e o anti-Brasil; é o nosso dia D… dia de descobrir quem está com o Brasil e quem está com um partido; quem está com uma ideologia e quem está com a pátria; quem está com o povo e quem está com a militância. O povo está requisitando a sua coroa republicana, e a esquerda não sabe o como lidar com isso; aliás, qual esquerda sabe lidar com a derrota?

Agora é a hora do povo:

A esquerda já mostrou sua inaptidão gerencial por onde quer que tenha passado. Afundou o país num mar de corrupção, protecionismos e imoralidades; não seria imprudente dizer que, no Brasil, a esquerda de fato deu certo, afinal, o sucesso da esquerda é o fracasso da nação por ela gerida. Pois bem, chegou a vez do povo, chegou a hora da nação ser gerida por comandantes mais afeitos à linguagem popular, mais próximos à realidade; mas não a realidade do pobre, do rico, ou do médio, mas sim a da nação. O povo requisita a sua soberania para depositar suas esperanças em novos modelos de política e economia.

O socialismo teve longos 30 anos para governar segundo suas diretrizes, acabou se encerrando na cleptocracia estatista. Nada de novo sob esse sol que nos guia, mas a diferença é que agora a conta chegou.

Senta lá PT, agora é nossa vez!

Gostou desse artigo? Apoie o trabalho do Burke Instituto Conservador virando um assinante da nossa plataforma de cursos online.

As posições expressas em artigos por nossos colunistas, revelam, a priori, as suas próprias crenças e opiniões; e não necessariamente as opiniões e crenças do Burke Instituto Conservador. Para conhecer as nossas opiniões se atente aos editoriais e vídeos institucionais

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no email
Email

Comentários

Relacionados