O Rei Leão: simbolismo raiz, natural e tradicional

O Rei Leão é o desenho com simbolismo e arquétipos mais raiz e naturais já feito. Seu efeito ordenador no imaginário é tão verdadeiro que marcou a vida de gerações que assistiram incontáveis vezes de novo e de novo e de novo à obra prima.

Podemos perceber no enredo a valorização de tudo o que é mais Sagrado, das “coisas permanentes” e daquilo que é natural, bom, belo e verdadeiro; bem como, a presença luciferiana da rebelião contra essa ordem ancorada na transcendência. Ressalta-se:

  • Definição clara do bem e do mal;
  • Família;
  • Valores morais;
  • Figuras do pai, do filho, da mãe, do sacerdote, dos amigos de verdade, do psicopata usurpador, da militância histérica submissa ao erro e da esposa;
  • Distinção entre certo e errado;
  • Traição, mentira e engano;
  • Vida e morte;
  • Proteção;
  • Amizade;
  • Amor;
  • Coragem (“Eu rio na cara do perigo”);
  • Usurpação do Poder por revolucionários;
  • Legitimidade Dinástica;
  • Monarquia;
  • Ordem Natural;
  • “Coisas Permanentes” (nos dizeres de T.S. Eliot);
  • Comunidade local;
  • Retorno ao lar;
  • Conservadorismo.
  • Ciclo sem Fim.

A história se inicia com a ordem da natureza, presente no Ciclo da Vida, reconhecendo a beleza do nascimento e presenciando o “batismo” do filho do Rei pelo “sacerdote” Rafiki.

Rei Leão seria Hamlet para as crianças (e adultos que não cansam de assistir). A história é tão marcante que a cena mais triste do cinema para muitos é a morte do Mufasa.

A aventura do Simba carrega também certas semelhanças com a Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32). Está certo que o Simba não saiu de seu lar por vontade própria (foi exilado e fugiu da morte), mas o seu retorno à Pedra do Reino para ser quem realmente era guarda forte similitude com a passagem Bíblica.

Antes do Rei Leão lembrar-se de quem realmente era e decidir retornar à família, passou por uma vida desordenada e norteada por prazeres mundanos e imanentes com o Timão e o Pumba.

Os judeus do antigo testamento consideravam os porcos impuros e o Leão, animal simbólico de Cristo, Leão de Judá, comia com um javali (um porco do mato) a comida que os porcos comiam…

Tal simbolismo dos animais é imanente a eles, não sendo uma mera atribuição das Escrituras enquanto obra cultural de um certo povo.

A história termina, após a derrota do mal, a presença da chuva que purifica e a coroação do Rei legítimo, resgatando a bondade, a beleza e a verdade, com o “sacerdote” “batizando” o filho do amor “matrimonial” do homem heróico e da mulher virtuosa que servem de modelo para o povo em harmonia.

A grandeza do Rei Leão está em transmitir toda essa carga simbólica moral, dinástica, familiar, tradicional e conservadora esboçada nesta breve reflexão e ser adorado por todos.

P.S.: Artigo elaborado a partir de troca de ideias com os amigos: Guilherme Pöttker, Guilherme Todeschini, Bernardo Teixeira e Giuseppe Nogueira, após uma provocação pertinente da Alice Sixto sobre como seria o novo filme do Rei Leão, e que não poderia passar em branco.

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Rodrigo Stedile Sixto

Rodrigo Stedile Sixto

Advogado Empresarial e Consultor Político, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, fundador e Presidente do Instituto Resistência Conservadora, membro-fundador da La Banda Loka Liberal e admirador do Professor Olavo de Carvalho.

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