O caráter multifacetado dos políticos

Cidadania, república, constituição, democracia, corrupção, impeachment, impunidade. Palavras que aprisionaram a alma e as ruas dos brasileiros desde as primeiras manifestações da atual república, em 2013. Nos últimos anos, a exemplo das democracias solidificadas, os brasileiros, vestidos de verde amarelo, vão às ruas para reivindicar uma nova ordem no País, clamando pelo voto impresso auditável, contra a corrupção, o cumprimento da Constituição e o respeito aos ideais republicanos. Nossa constituição, em seu artigo I declara que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Essas manifestações e a consciência de termos chegado ao final do século XX com um país despedaçado, uniram os brasileiros nas ruas e nas redes sociais. A operação Lava- Jato começou a revelar o establishment: a corrupção na política, as distorções nas instituições, tendo descoberto o maior desvio de verbas públicas da história do País. O povo conscientizou-se da exploração pelo Estado, que se tornou um estado todo poderoso, impondo aos cidadãos não só altos impostos, mas o desrespeito à cidadania e aos direitos, identificando traços de um estado socialista. A prática dos três poderes, as decepções constantes com as decisões de uma suprema corte que se tornou um órgão político a serviço de corruptos e de partidos políticos, a ação e as decisões das instituições cujo favorecimento está claramente direcionado para manter a ordem de injustiça e de desrespeito aos princípios republicanos tornaram-se recorrentes. Nossa constituição cidadã sendo diariamente violada pelas autoridades, tendo aprisionado os cidadãos nas garras burocráticas e ditatoriais das cortes mais altas da nossa justiça, fato que se tornou recorrente, como as prisões ilegais e perseguições políticas a cidadãos identificados com o governo Bolsonaro.   Ao invés de o Estado estar a serviço da cidadania, nós, cidadãos brasileiros nos tornamos reféns dele: pagamos altos impostos, não temos apoio de nossos representantes nas câmaras legislativas, nosso judiciário corrompeu-se, alinhando-se com as classes dominantes e com o legislativo corrupto e por que não mencionar? Há suspeita de alianças de políticos com o narcotráfico, além de episódios recorrentes de lavagem de dinheiro público. Altos salários e propina são o pano de fundo da corrupção em que estamos mergulhados. Apesar do governo federal eleito em 2018 estar enfrentando os malfeitos de políticos e de autoridades, e apesar da operação Lava Jato ter desvendado a malha de corrupção entre políticos, agentes do Estado, governantes e empresas, ainda há muito a ser feito, pois o Estado foi aparelhado – e isso começou há trinta anos- nos governos ditos social democráticos do PSDB e do PT, a dita social- democracia, que governou o País nos últimos vinte anos, e a qual hoje não restam dúvidas ser identificada com o Socialismo, tendo como parceira a velha imprensa , a velha mídia sustentada por anos pelo governo federal com o dinheiro do contribuinte, aliada  fiel dos poderosos e de grupos internacionais de esquerda, que diariamente atacam o governo federal no País e no exterior.

Olhando para trás, percebemos que desde a fundação da república, o povo brasileiro tem acreditado nos discursos dos políticos; discursos que são narrativas enganosas, com o fim de explorar a população, servir-se do dinheiro dos impostos, duramente pagos pelo trabalho dos brasileiros. Campanhas eleitorais milionárias com o dinheiro público, recursos desviados da saúde, da educação, das estatais, cujo resultado se evidencia em um país formado por um terço de analfabetos, pela falta de saneamento, por submoradias perigosamente dispostas em morros e áreas insalubres, cujos efeitos são uma população marginalizada e doente e um sistema de saúde que se revelou ineficiente na recente pandemia por ter sido sempre negligenciado. Chegamos ao ponto de eleger um presidente analfabeto por duas vezes por acreditar em seus discursos, por acreditar que um operário iria trabalhar pelos trabalhadores, e não pelas oligarquias corruptas dominantes. Elegemos uma presidente que não conseguia nem articular o seu discurso, sem suspeitar que este era apenas um dos instrumentos escolhidos para continuar o assalto ao povo, à República e aos cofres públicos de maneira criminosa. Acreditávamos na lisura das eleições compradas com o nosso dinheiro e com a nossa miséria. Recentemente, nas últimas eleições, elegemos políticos que diziam ser aliados ao presidente eleito que o traíram na primeira oportunidade, aliando-se a grupos de oposição, que mentem e negam os princípios democráticos e republicanos que defenderam na campanha política e pelos quais se elegeram. Exemplo flagrante desta realidade são os prefeitos e governadores, cuja ação na epidemia tem sido despótica, aprisionando os cidadãos, obrigando-os a ficar em casa ao fechar o comércio e os meios de produção, causando enorme desemprego, e fato recente, obrigando o governo federal a dispender esforços para disponibilizar vultuosos recursos para proteger os cidadãos mais vulneráveis, que mesmo assim foram desviados pelo “covidão”, orquestramento para assaltar os cofres públicos e derrubar o governo federal eleito em 2018,derrota que não aceitaram ainda!

 Recentemente acreditamos cegamente em um juiz por ter desvendado a criminosa atuação de quadrilhas que se instalaram nos três poderes da república brasileira, tendo julgado e colocado corruptos na cadeia. Mas este mesmo juiz em momento seguinte denegou os princípios que defendia e nos quais se apoiava, apunhalando pelas costas os brasileiros, levando-nos ao descrédito para com a justiça, o crime, a corrupção, a honestidade. Esse juiz tornou-se ministro do governo e recentemente colocou-se ao lado de grupos contrários, dando a ver uma contradição com a sua prática e discurso anteriores. Afinal esse juiz ocupou o lugar de poder que caracteriza as instituições brasileiras ou revelou-se apenas contraditório? Sua prática, suas atuações a princípios pareciam revelar um cidadão honesto, correto, justo. No entanto, ao assumir o cargo de ministro, logo passou a contradizer sua prática e seu discurso. E bem recentemente filiou-se a um partido político para disputar as eleições. Então nos perguntamos: que sujeito é esse? Quem é o verdadeiro Sérgio Moro? Ele já era assim ou tinha outra face, desconhecida por todos? Mostrou sua outra face? Ou foi aprisionado precocemente pelos discursos, pelas garras do poder no lugar de poder que ocupou?

 Elegemos deputados cujo discurso, a favor de reformas, a favor da democracia e da república foram traídos e são diariamente contraditos em sua prática. Temos elegido prefeitos e governadores por seu discurso a favor do povo, da república e da cidadania. No entanto, sua prática imediatamente após a posse contradiz seus discursos, transformando-se em ditadores de plantão, verdadeiros carrascos do povo, por suas atitudes autoritárias, como tem sido constatado na pandemia, principalmente, e em outros momentos, mantendo seus privilégios e os privilégios dos grupos de poder.

Isso tudo nos faz afirmar que temos sido continuadamente enganados em cada campanha política, povo brasileiro honesto!

Por que isso acontece? O modo que agem os políticos faz lembrar uma caracterização, que faz um autor da área da literatura, que classifica os personagens em “personagens redondos e personagens planos”. Ao contrário da personagem plana, a personagem redonda apresenta-se multifacetada e complexa no que respeita à sua caracterização psicológica, diferentemente da personagem plana, facilmente identificável por seu comportamento imutável. Reconhecer os personagens políticos, que parecem ser predominantemente “redondos”, por efeito de suas várias “caras”, por suas contradições, é uma tarefa bem complexa. Significa reconhecer o caráter multifacetado e incoerente dos políticos, em sua maioria.

Minha hipótese é a de que desconhecemos os princípios básicos de como funcionam os sujeitos e os discursos, e assim anuncio o tema deste artigo. Para poder identificar essa característica (tão notória nos políticos e nos humanos) torna-se necessário entender como funcionam as palavras no texto, como identificar a intenção ou as intenções do locutor, sua ideologia, como as palavras podem revelar as intenções de quem fala/escreve. Para isso apoio-me nos estudos sobre o discurso, noção que considera que não há transparência nem neutralidade no ato de dizer. Discursos são efeitos de sentidos produzidos em condições determinadas e os sujeitos que os produzem são social e historicamente constituídos. Efeitos de sentido diz respeito a uma ação – quando falamos exercemos uma ação sobre outros, nos diz Maingueneau (2015) para quem toda enunciação constitui um ato – o ato de prometer, sugerir, afirmar, perguntar, que visa a modificar uma situação.

  Essa noção de discurso aponta para um sujeito cindido, heterogeneamente constituído, sem unidade porque atravessado por discursos de diferentes fontes (as formações discursivas e ideológicas). Entender esse fato torna complexa a função de quem ouve e lê um discurso, tornando difícil reconhecer quem fala e de onde fala, dificultando reconhecer a sua filiação a ideias e concepções, sua origem, palavras que, por vezes soam enganosas. A cada máscara que cai nos surpreendemos! Assistimos a esse espetáculo sombrio com perplexidade, por isso, compreender a noção de sujeito que assumimos pode oferecer evidências do caráter e das intenções de quem fala, pois entendemos que esse sujeito se situa em tempo e em espaço determinados. É necessário, pois, investigar quem é o locutor ou produtor do discurso, sua história de vida, o contexto em que se insere. Qual a história desse sujeito, que discursos produz, que narrativas aparecem no seu discurso e como aparecem. De onde vêm? Qual sua prática? Que discursos foram produzidos anteriormente? Que sujeitos são esses que não têm unidade, sujeitos cindidos, atravessados por discursos múltiplos. O que contam? Quem são os autores e os atores dessas narrativas? É possível identificá-los apenas pelos seus feitos? Além disso o modo com que narram as histórias, as palavras que usam, o modo com que as dispõem também significa, pois pelo uso das palavras torna-se possível distinguir a falsidade, a mentira, o discurso enganoso.

 Nossa análise torna possível identificar as filiações ideológicas que circulam e produzem os discursos e que em sua maioria não são explicitadas. Desvendar os objetivos desses personagens, reconhecer as intenções de quem fala/escreve torna possível atribuir seu discurso a uma filiação, a uma história e a um campo semântico ao qual o locutor pertence. Reconhecer sua ideologia, mesmo admitindo que não há uma relação direta entre a palavra e o mundo por se tratarem de ordens diversas. Admitir que não há transparência na linguagem, a opacidade da linguagem, das palavras, dos enunciados pode produzir várias interpretações. O que dizer, por exemplo, do discurso de um ex-presidente sobre a economia do País, que circulou recentemente em perfeita concordância às atuais diretrizes do governo federal atual? O que significou? Teria esse ex-presidente a intenção de filiar-se às premissas que antes rejeitava? Estaria defendendo o governo ou o presidente eleito? Teria afinidades com a atual equipe econômica? Qual a sua intenção? É possível reconhecê-la, levantar hipóteses? Esse mesmo personagem, presidente de um partido que se diz “ de direita”, mas que durante o seu “reinado” na Presidência da República, declara apoiar o ex-presidente do partido “de esquerda” que esteve no poder por treze anos, não revela incoerência? Incoerência que revela o menosprezo à inteligência dos cidadãos deste país por ser um discurso absolutamente contraditório! Como entender posições tão contraditórias? Como entender tal personagem?

Como entender um juiz que desvendou a maior operação de desvio de dinheiro público, que se transformou em um ícone para o povo brasileiro por sua ação contra os crimes cometidos por políticos e empresários e que no momento seguinte traiu a confiança dos brasileiros e abandonou o cargo de ministro posicionando-se contra o governo ao qual servia, tendo causado uma enorme decepção ao País. Pergunto então: existem dois Sérgio Moro? Um é o ex-juiz, ex-ministro, com sua prática e seus discursos, que colocou na prisão vários corruptos. Este parece ter-se dividido em outro, que é de outro partido político, que tem outras convicções, que proferiu outros discursos e que recentemente declara ser candidato à presidência da república! Mas é uma mesma pessoa. Como explicar os discursos contraditórios? E o sujeito absolutamente contraditório, sem a mínima coerência?

Como funciona o discurso? E os sujeitos, como funcionam? Sabemos que não há discurso sem sujeito, e não há sujeito sem ideologia. E discursos, embora se materializem na linguagem, não são apenas palavras, não são apenas verbais, mas fazem parte de uma rede invisível de já-ditos ou não- ditos, que se materializam na linguagem. A linguagem oferece, assim, a condição de base sobre a qual operam os processos discursivos. Cada sujeito está comprometido (embora não tenha consciência) com os sentidos e o político, pois não há neutralidade no dizer. Se não opusermos o social e o político, o processo ao produto, é preciso entender que o a produção do discurso é obra de indivíduos inseridos na história e na sociedade. Discursos não surgem do nada, também não surgem da nossa vontade, pois ao nascer somos imersos em discursos que estão em processo, nos quais somos presos e dos quais passamos a fazer parte ao nos identificarmos com eles. Ao nascer, somos atravessados por discursos, por já-ditos, ideologicamente marcados. Isso revela que o sujeito é ao mesmo tempo livre e submisso. Livre por enunciar, ao mesmo tempo submisso por estar marcado por uma heterogeneidade de discursos que atestam sua não unidade, sua dispersão, embora tenham convicção e a ilusão de que são a origem do sentido.

Estaria aí nessa dispersão do sujeito (ou do não- sujeito?), em sua característica “redonda” a fonte dos discursos contraditórios, das contradições que nos constituem e que se revelam não só na fala, mas em práticas e em atos, como temos constante e flagrantemente assistido nos atos dos políticos que elegemos e com quem convivemos, cuja prática contradiz o discurso após a campanha eleitoral? Se os discursos não nascem em nós, nós é que entramos nesse processo, na realidade embora se realizem em nós, são já-ditos, ideologicamente marcados, proferidos por sujeitos atravessados por concepções ou práticas discursivas, o que nos leva a entender que o discurso é uma dispersão do sujeito, e o sujeito é uma dispersão de discursos, em todas as direções. Incoerência, não-unidade no que diz, fala, escreve, faz. Isso caracteriza o humano ou a maioria de nós. A contradição do ex-presidente em colocar-se ao lado de um condenado por três instâncias da Justiça brasileira parece não se justificar. Podemos pensar dessa forma – não para justificar a atitude e as palavras do nosso personagem ex-presidente e de tantos personagens ou figuras públicas, mas para poder entender melhor essa divisão do sujeito, sua flagrante contradição, que pode ser explicada pelo fato de a identidade não ser um processo acabado, não sendo nem unificada nem coerente, mas estar sempre em estado de fluxo. Está sempre em movimento, assim o indivíduo está sempre em processo, o que explicaria as contradições, que inexoravelmente afastam a confiança no humano, no político, na justiça, nos discursos proferidos, e até nas instituições, pois essas são constituídas por pessoas. Não se pode dizer que há unicidade no sujeito, há divisão.  No discurso do ex-presidente que cito, a divisão se manifesta ao concordar com a política econômica do governo, ao mesmo tempo em que declara apoio ao ex-presidente condenado por três instâncias da justiça brasileira e libertado por um jogo político de vassalagem dos ministros do tribunal máximo da justiça brasileira, composto por advogados em sua maioria nomeados pelo ex-presidente condenado.

Não há identidades fixas, essas estão sempre em estado de fluxo. Se não há unidade no sujeito, mas dispersão, se somos portadores de várias identificações, pergunta-se: como algumas pessoas conseguem manter minimamente a unidade, a coerência, pois a própria questão da identidade está ligada à ideia de interesses e está investida de ideologia, acabando por dar visibilidade à constituição não heterogênea do sujeito. Porém algumas poucas pessoas parecem ter pensamentos mais coerentes do que outras. Como explicar então a coerência, a unidade de alguns poucos políticos? Se a identidade não é fixa, é processo ao longo da vida, como explicar que algumas pessoas apresentem aparentemente poucas contradições? E sabemos, por convivência, que existem pessoas minimamente coerentes, cujas identificações, penso, foram constituídas/construídas ao se filiarem aos princípios e valores nos quais foram predominantemente imersas. Talvez a maioria dos militares, pelo tempo em que convivem com a mesma matriz discursiva ao longo de sua carreira na caserna, filiem-se por convicção, necessidade e por interesse às ideias e valores dessa matriz discursiva, cujos princípios dominantes são os ideais democráticos e republicanos que a constituem. A meu ver, a disciplina militar pode produzir a identificação com esses valores, produzindo a filiação aos princípios democráticos e republicanos, tal como ocorre nas instituições militares.  O patriotismo, o culto à Pátria, a honra, a lealdade, a obediência à justiça  – os valores que a constituem – parecem produzir um sujeito menos cindido, portanto mais coerente, identificado predominantemente com uma formação discursiva homogênea. Somos envolvidos e constituídos pela linguagem; o sujeito é efeito dessa rede de discursos em que é imerso, e com as quais se identifica. E se desidentifica continuadamente, como vemos acontecer com a maioria dos humanos.

Resumindo a minha argumentação, embora o sujeito seja interpelado pela ideologia, esta não é um ritual sem falhas, o que permite o deslocamento de uma posição discursiva-enunciativa para outra, movimento que faz o sujeito ao identificar-se. Tal como nominamos, “ as tomadas de posição”, posições que assumimos e com as quais nos identificamos, constituem nossa identidade. E acreditamos que a identidade não se limita à consciência. Essas formulações que apresento representam um afastamento da noção de subjetividade clássica, concebida como interioridade. A heterogeneidade, a não unidade, o “ caráter redondo” que constitui o sujeito e se revela pela linguagem, é constitutiva dos sujeitos. Isso implica reconhecer o descentramento do sujeito, sua dispersão, sua constituição heterogênea, que por vezes conseguimos identificar no discurso através das marcas linguísticas; essas deixam “rastros” no discurso.

Para reconhecer os personagens políticos, que a meu ver são “personagens redondos”, por efeito de suas identificações aos discursos em que estão imersos, é preciso fazer uma análise minuciosa de seus discursos e de suas práticas para que possamos ter um mínimo de confiança para elegê-los como nossos representantes. Isso implica não só analisar fatos e atitudes suas, mas implica analisar o que dizem e como dizem. Nesta análise, é possível identificar suas práticas e suas crenças, para que possamos escolher para nos representarem politicamente, certamente uma tarefa bastante complexa, que penso em explicitar em outro artigo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FORSTER, E.M. Aspects of the Novel. Paperback . London, 1956

MAINGUENAU, D. Discurso e análise do discurso / Dominique Mainguenau ; tradução Sírio. Possenti. – 1. ed. – São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

Constituição da República Federativa do Brasil. http://www.planalto.gov.br

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